segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Azar do Personagem


Autor: Reginaldo Pujol Filho  --  2010  --  120 páginas
Editora: Não Editora  --  ISBN: 978-85-61249-01-4
Chamada oficial:
Azar do personagem é a certeza de que todo mundo ri do azar dos outros. São 14 contos cheios de humor, ironia e tentativas de brincar (e muito) com a linguagem. O autor, percebendo que é deus de seus personagens, resolveu assumir de vez esse papel e não poupar nenhum deles, nem a si mesmo. Para isso, joga com o destino de escritores, peças de xadrez, casais, críticos, psicólogos e também se diverte com palavras, letras e sinais gráficos nem tão usuais. Literalmente, azar dos personagens.

Com a descrição acima... o que você esperava? É, eu achei que seria uma espécie de Mais Estranho que a Ficção, só que mais escrachado, ou então simplesmente histórias engraçadas, em que o personagem só se ferrasse. Em suma: humor!

Li de uma sentada só, no ônibus, esperando me divertir após um dia chato de trabalho...

O que aconteceu: levei um choque logo na primeira, por não ter tido humor. E ao longo do livro, 2 histórias que não terminei, 3 regulares, e a última - que não foi necessariamente boa, mas foi bem criativa (eles quebraram a quarta parede e... sei lá... fizeram um crossover interno) e usaram de forma bem interessante a diagramação. Valeu pela novidade. As demais foram meio que na obrigação. Aquele esquema de "está chato... mas já li metade." [fora nas duas que nem isso consegui, algum dia eu tento de novo]

Sobre as três regulares, há 1 melhorzinha, não necessariamente engraçada, sobre um acidente de trânsito. Uma um tanto escatológica, envolvendo urina e sêmen, mas arrancou alguns sorrisos; e uma bem ligeira com a vilã de A Branca de Neve. Foram as que mais se aproximaram do que imaginei encontrar.

Digno de nota entre as restantes, há duas histórias de enredo bem diferentes (mulher reclamando com marido e um sujeito no bar puxando assunto), mas construídas quase da mesma forma, com o narrador "explicando" cada fala de cada personagem. Numa das histórias essa narração é externa, noutra é pensamento do próprio falante da fala imediatamente anterior. Ok, o escritor quis brincar com o estilo, com variações sobre o tema. E tiveram seu mérito. Mas num livro tão fino... o que era novidade 15 páginas antes virou repetição 10 minutos depois.

Recomendação: não leia o livro num golpe só.
Mas também não pode demorar muito, a última história perde peso se você não reconhecer mais os personagens.

E é isso. O post será curto mesmo. Pô, achei a capa tão legal, que foi um choque o conteúdo não ter feito jus. Fiquei chateado com o livro. Uma pena.

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