segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nerds ranzinzas também descansam

Dicas e comentários de viagens de alguém sem nenhuma experiência no ramo (fazia tempo que não viajava):

■ Não desdenhem do verão europeu dizendo "Ah, mas o verão deles não é como o nosso...". É sim. E sei lá, deve ter algo no ar deles... de repente é mais puro, com mais oxigênio, porque a desgraça parece que queima mais que o nosso. E não estou falando de bronzeamento [deus me livre], estou falando de sensação ao andar na rua mesmo. Pode ter sido também a falta de brisa, quase não ventava.

■ Em compensação, está explicado o hábito deles usarem pouca roupa. Aquilo de "Ah, eles estão acostumados com o frio" ou a versão inversa de "Lá é tão frio que qualquer solzinho eles morrem de calor"... tudo balela. O fato é que eles não sabem usar o ar-condicionado.
Vôo de ida: calor dos infernos. Hotel: na posição de frio máximo, o lugar ficava morno. [ok, sejamos sinceros, fiquei em 4 hotéis, e isso era ruim em 2] Restaurantes: quentes. Aeroporto: sauna. Bebidas: quase quentes. Ou seja, o pessoal não anda com pouca roupa porque está acostumado, é que é um alívio tão grande ir para rua, e sentir o vendo gélido (ou qualquer brisa morna mesmo), que até eu ficava com vontade de ter meu momento Hulk e rasgar minhas roupas ali mesmo.
Pessoal deve ser tão traumatizado com a época fria, que deixa tudo sempre quente. Gente doida. Nunca imaginei ter que dormir sem camisa, com ar-condicionado no máximo!, em pleno miolo da Europa. [eu podia ter tentado reclamar com a recepção, mas todo bom brasileiro sabe deixar de frescura e dormir em pleno verão durante um apagão. o que matava mesmo era não ter um ventilador]

Ruivas! Muitas ruivas! Era tanta ruiva, que eles se davam ao luxo de até terem ruivas feias. Mas estava adorando aquilo.

Nova Zembla (filme holandês) é um bom filme, apesar de toda a crítica ruim e erros históricos (trailer legendado em inglês, com alguns erros, mas é melhor que tentar entender holandês). E Anjos da Lei (vi no avião) é bem e melhor do que eu esperava, mas ainda não é isso tudo. E sabia que teria participação especial do Johnny Depp, mas não do Peter DeLuise (o Doug). Gostei. Só não gostei deles morrerem no filme. Sim, é spoiler, mas dane-se, o filme já até saiu de cartaz.

■ Lembre sempre de checar antes o valor da taxa de saque internacional do seu banco. [eu não fiz. rs!!!] Tem horas que não tem solução, você precisa de dinheiro vivo (cash, como é dito pelas crianças iletradas) e essa é a forma mais prática de ter moeda local (tem lugar que não usa o Euro), mas se esse não for o caso, pode acontecer que pagar os 6% de impostos no cartão ser muito melhor do que tirar dinheiro do banco.

■ Se passarem por Berlim, cuidado com a loja Dussmann das KulturKaufhaus. É MUITO CD! Você fica com vontade de comprar metade do lugar. Ok, exagero... no meu caso, a vontade foi só comprar um dos andares. São 4: um de música clássica, outro normal, o último eu não vi do que eram e o terceiro (que deu vontade de ficar o dia inteiro olhando) era só de músicas internacionais... país por país, tanto os pops locais, como músicas tradicionais, folclóricas, militares ou o que mais coubesse ali. Muita coisa.
Livro tem muito também, mas como a maioria é em alemão, a tentação nem foi grande. Depois descobri onde era a sessão de livros em inglês deles (uma segunda livraria inteira em separado nos fundos), mas felizmente a sessão de FC e Fantasia deles era de respeito, mas não muito grande, então comprei só 3.

■ Nunca vi tanta pizzaria na minha vida. Em todo lugar que eu ia a comida tradicional era porco de um jeito ou outro, mas a cada 2 passos era uma pizzaria e a cada 3 uma "kebaberia". [ou ambos no mesmo lugar] O bom disso é que nome de pizza é igual em todo o planeta. Eles podem não ter pepperoni (isso é invenção americana), mas você reconhecerá mais da metade delas, e arranjar uma que goste. Fatias grandes e baratas.
A propósito, para pedir café, basta pedir um "espresso", que todos entendem também. [iêi! idioma italiano reconquistando o mundo!] E você não corre o risco de beber o café deles, que é sempre ruim. O melhor café que bebi na Europa foi num posto de gasolina na Áustria. Mas se entendi corretamente a placa, era grão brasileiro - isso explicaria.

Por falar em posto de gasolina, se quiser comprar balinha e não souber qual escolher, Ricola é boa. Achei em todos os países e lembra a nossa Vita-C. Eles também têm Halls, mas vi muito menos.

■ Vá com o tênis mais confortável que tiver, daqueles de malhação se possível. Para passear durante o dia inteiro fará grande diferença. E se for mulher, compre um preto, para poder usar com seus vestidinhos a noite. Pode não ficar chique, mas é muito paralelepípedo. Nem tente usar salto alto (agulha menos ainda) em Praga.

É sério? Eu reparei isso lá, mas achei que era só para dar mais sobriedade à logomarca chamativa. O McDonald's realmente acha que as pessoas o acharão mais ecológico só porque o logo está com a cor verde no fundo? Eu sei que a humanidade é composta principalmente de gente burra, mas isso é querer demais.

■ Dica: KLM (volta) teve um serviço (opção de filmes, comida e temperatura do ar-condicionado) bem melhor que a Air France (ida). Como as duas são +/- a mesma empresa já faz algum tempo, esperava serviços parecidos. Será que foi porque daqui-para-lá eles assumem que é mais brasileiro do que estrangeiro no avião, e assim podem tratar pior, e no sentido de-lá-para-cá eles imaginam o inverso e tratam bem? Ou de repente a KLM é só melhor mesmo. Sempre confio um pouco mais em algo com "Real" no nome. A monarquia sempre é mais paparicada.

■ Se sua mala não estiver muito pesada, leve um ferro-de-passar-roupa. Já vi vários hotéis no Brasil com uma ferro e tábua no quarto, mas lá não vi isso em nenhum. Para não torrar fortunas com estética, eu fazia duas coisas: deixava a roupa no banheiro durante o banho (para o vapor dar uma desamassada) e deixava de frescura (ficava amassado mesmo!). [ou vista-se de lã, que não amarrota]

■ Ah, se você coleciona moedas, prepare-se para "gastar dinheiro" com isso. Eu guardei uma de cada valor de cada país que estive (mas limitado ao que aparecia em trocos, não corri atrás de ter realmente uma de cada valor). Guardei várias de países fora do Euro (e até algumas notas) mas o Euro, mesmo sendo a moeda mais usada, muda a traseira conforme o país e nada impede de você receber num país moedas cunhadas em outro... E aí você começa a guardar 1 de cada desenho diferente... No final das contas, a minha coleção, praticamente parada desde o colégio, aumentou em umas 50 moedas num golpe só. O que reconvertendo em R$ daria cerca de R$ 100. Ok, perto de uma passagem de avião, gastar mais R$ 100 é até pouco... Mas pô... 100 é 100... dá pena.

Garrafinhas de água: tampa rosa é água sem gás, tampas azuis são com gás. Não vi nenhum lugar que não seguisse essa "regra". Não sei se foi coincidência ou se é alguma norma européia, mas tá valendo.

■ Acorde cedo. Talvez também por trauma dos invernos, que ninguém deve gostar de sair a noite, tem lugar que o comércio/bares/etc fecha na hora que carioca está pensando em sair. E aceite que você irá para a noitada com sol na cara ainda, demora para ele se pôr no verão (o que eu acho excelente, é como um horário-de-verão mega plus extended!).

■ Máquina fotográfica: se for um dia claro, faça fotos em ISO 100 sem flash. Ficam melhores. Flash só quando realmente necessário e ISOs menores granulam menos (a imagem fica com menos pontinhos). Eu bati mais de 1000 fotos, sendo a maioria no esquema ninja de "ih, legal aquilo" seguido de tirar do bolso, ligar, meio que mirar, clicar, guardar. E a maioria ficou muito boa. E é uma dessas Sony de bolso, antiga já. Nada muito moderno. [DSC-W70] Até a noite as vezes, se o lugar for iluminado, é melhor ter uma foto com a pessoa um pouco mais escura, mas com todo o fundo aparecendo, do que a pessoa bem iluminada (pelo flash) e o fundo quase negro. Mas nesse caso você precisa manter a mão bem mais firme e o pessoal parado - a dica é não dizer para eles que você bateu a foto. Ajuda desligar os sonzinhos da máquina.

E é isso, se eu pensar em mais alguma sandice para comentar, volto aqui.

Voltei. Última coisa. ■ Tampas de bueiro: é a minha sugestão para se você quiser registrar em foto a cidade onde você estava. Fotografar uma placa com o nome do lugar é sempre melhor, claro, mas se você quiser algo diferente e não tiver nenhuma placa a mão... Coincidência ou não, todos os bueiros que vi eram bem específicos, isso quando não davam logo o nome do lugar ou alto-relevo de algum ponto turístico local.

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