sábado, 4 de maio de 2013

Homem-de-Ferro 3

Nome original: Iron Man 3  --  Trailer
Duração: 2h10min  --  Ano: 2013
De: Shane Black (de Beijos e Tiros)
Com: Robert Downey Jr. (de Abaixo de Zero, Chaplin e O Outro Lado da Nobreza), Gwyneth Paltrow (de Shakespeare Apaixonado e Hook, A Volta do Capitão Gancho), Guy Pearce (de A Máquina do Tempo), Ben Kingsley (de Hugo e Príncipe da Pérsia), Don Cheadle (de House of Lies e Capitão Planeta), Rebecca Hall (a Vicky de Vicky Cristina Barcelona), Paul Bettany (ele é o Padre do filme Padre, como voz do mordomo-robô), Jon Favreau (de Friends) e Ty Simpkins.

Ok, essa será uma resenha curta. Como eu já disse outras vezes, nem gosto muito de resenhar blockbusters, acho que meu cérebro fica acanhado, sabendo que existem 500 mil resenhas e 20 mil podcasts sobre o assunto e eu não tenho nada para adicionar.

Então, simplificando logo: eu gostei do filme mas não gostei do vilão.

Um pouco sobre meus conhecimentos do Homem-de-Ferro... Eu nunca fui fã dele antes dos filmes. Com o Downey Jr. no cinema muita gente começou a ser fã do personagem desde criancinha, e aí cita umas 2 ou 3 histórias e age como se fosse um entendido. Ok, muitos realmente são, mas achar gente que não gostava do Homem-de-Ferro é igual achar eleitor do Collor - ninguém votou nele, mas ele ganhou de forma acachapante no 1º turno. Mistérios da vida. Devem ter sido alienígenas.

Pois bem, o que eu sabia do sujeito antes do 1º filme:
- ele era o Bruce Wayne da Marvel;
- como foi a primeira história, envolvendo a caverna;
- na Guerra Civil ele foi o primeiro a assumir a identidade secreta;
- ele tinha sido bêbado e, por algum tempo, o amigo militar assumiu o manto;
- dentro do Universo Marvel ele é uma das pessoas mais inteligentes do mundo;
- e eu conhecia a musiquinha do antigo desenho desanimado da Marvel.

Fora isso, não dava a mínima. Era só um personagem qualquer da Marvel que eu não ligava. Putz, eu conseguia ligar para ele até menos do que para o Quarteto Fantástico.

Com um conhecimento vastíssimo destes, a verdade é que qualquer coisa que me apresentem, se ficar legal, eu estou gostando. Eu não tenho como reclamar de nada do tipo "Mas isso NÃO aconteceu assim!" Bem, mesmo se eu soubesse, eu acharia errado, já que é uma adaptação e não dá para colocarem em tela 40 anos de histórias. Mas não sabendo, então o que vier é lucro.

Dragonball! O filme é um lixo. Mas eu nunca gostei do desenho, então não fiquei com vontade de matar os produtores nem salgar o terreno onde eu colocaria seus corpos desmembrados. Conheço gente que faltou pouco para isso. Eu vi, me diverti, e saí do cinema sabendo que era uma merda, mas sem me arrepender.

Homem-de-Ferro 3 é um filme com problemas, muitos se eu for me preocupar com tudo que ouvi ou li, mas, para mim, foi só um FILME PIPOCA! E como tal, um ótimo filme.
É talvez o mais engraçado dos 3 e talvez o com mais cenas cuja utilidade era terminar com o ator fazendo pose. Como se o filme tivesse sido montado como uma desculpa para unir vários frames isolados.
Aquela paradinha no ar com todas as armaduras, a queda da casa, o Tony arrastando a armadura na neve, a queda e a volta da Pimentinha... eu consegui ver o filme quase que quadro a quadro, cada uma dessas cenas dando um excelente retângulo numa revista. Foi um filme feito para ter, a cada 10 minutos, uma cena plasticamente bela.

Quadros legais unidos por fiapos de conversa: era uma revista em quadrinhos em movimento! Foi assim que meu cérebro interpretou o filme.
Ok, uma revista mais voltadas para explosões, uma leitura mais rasteira, mas beleza! Nem todo quadrinho foi feito para ser um Midnight Nation ou um Miracle Man.

Foi tudo muito bem amarrado? Não. Mas num nível bem gibi simplista, até que foi. Para mim, serviu. Os Vingadores, que todo mundo adorou, eu achei muito mais mal costurado. Lá era algo grandioso, era de se esperar um pouco mais de inteligência - deles ou do vilão. Aqui não, foi um one-shot perdido com a intenção de ser divertido.

Bem... Se os produtores queriam mais, falharam pateticamente. Mas se queriam só uma boa diversão, meus parabéns. Saí feliz da sala. Exceto pelo vilão (já falo dele).

Vou achar uma pena se não tiverem mais filmes do personagem, mas da maneira como fechou, e até os créditos bem anos 80, achei que a trilogia poderia parar ali. Infância, adolescência e amadurecimento do personagem, mesmo que tenha ficado meio forçado.

Putz, o Dark Night Rises é extremamente tosco e mal costurado também, e os nerds adoram Nolan como o segundo messias. Mas não que eu não tenha gostado também. Já ficou definido: eu sou um cara que não exige muito quando acho que não é pra exigir. O filme tem que atender aquilo que eu acho que ele queria ser. E eu acho que esse queria ser um pipocão.

Ok, já babei o ovo falando do que gostei. Agora vamos à parte ruim.
Qualé! O vilão é o loirinho que fica maligno porquê... Hummm... Porque mesmo? Ah é, o filme não conta. E aí ele sequestra o Tony porque... Hummm... Aparentemente ele achava que o Tony era tão esperto, que ia em 15 minutos descobrir qual era o problema na fórmula deles e resolver tudo, ali, assim, de mão beijada, e ao mesmo tempo achava que ele era tão burro que acreditaria que o vilão cumpriria com a palavra. E lembrem: esse era o mesmo vilão do primeiro filme. E teve influência no 2º também [essa parte eu não lembrava, li por aí].

E aí, descobrimos que depois do cara criar a maior organização criminosa do mundo, só porque ficou entendiado no alto de um prédio, ele morre porque resolveu ser espalhafatoso, ao invés de só fugir.

Isso eu sempre tive problema até nos gibis. O Flash sempre captura o Capitão Frio... Se sou ele vou então atacar em outra cidade, ao invés de ficar de birra com aquele herói em particular. Ser vilão na Ucrânia! Sem Flash! Depois que ficasse rico voltava e comprava minha mansão na Flórida. Dinheiro devidamente lavado. Tudo dentro da lei.

De que adiantaria toda a briga do loiro com o Stark se no universo Marvel existem outros 300 super-heróis que podem pegá-lo depois. Foge e pensa num plano melhor.

A cena final foi divertida, mas eu a teria trocado. Eu teria mostrado um esconderijo qualquer, e começaria a cena mostrando as mãos de alguém, com os 10 anéis que dão superpoderes para... o Mandarim! E subiria a câmera, mostrando o mesmo ator que fez o sujeito novamente. E talvez alguns clones dele pelo lugar, dando a entender que o que foi preso era só um sósia/clone, que o loiro estava mentindo para despistar (fidelidade a causa) e que o Mandarim real não só está obviamente solto, mas é muito mais foda que sabíamos - e ainda poderia ser usado num próximo filme. Ou não. Nem importa. Pelo menos não teriam estragado o vilão.

E aí sim, o vilão loiro teria alguma vaga motivação: era pau-mandado. Claro, não explicaria a birra deste meu "Mandarim-real" pelo Stark, mas aí sei lá... De repente ele era amigão do Obadiah e queria se vingar por ter matado o amigo. Se eu pudesse inventar boas explicações para tudo eu largava meu emprego, ia ser roteirista em Hollywood, e casava com a Jennifer Connelly.

Outro problema do filme: os trailers. Eu não gosto muito de ver trailers hoje em dia. Vejo o primeirão (o teaser) o seguinte (o trailer de fato, com mais cenas) e aí eu tento parar, para não ver o filme inteiro antes de ir ao cinema. E tudo que eles estavam mostrando era dramático demais. Pelos trailers eu até achava que a Pimenta ia morrer. Tinha gente dizendo que esse filme seria o Batman 3 do Homem-de-Ferro. Todos achavam (baseado no marketing do filme) que teria um baita drama do cara, agora sabendo que é só um ricaço numa roupa de metal, num mundo muito mais complicado que pode ser destruído por deuses e alienígenas.

Nenhum trailer mostrava que suas crises de pânico seriam meramente cômicas, e que ele ficaria fazendo piadas com um molequinho que ele conheceu depois de invadir a garagem da casa dele.

Ótimas cenas dos dois, por falar nisso. Mas a única coisa que o trailer mostrava era drama. Até foi legal, fui ver o filme sabendo muito menos do que geralmente sei, mesmo não lendo spoilers. Mas no final ficou estranho descobrir que o vilão era só um sujeito qualquer, que nem tinham nenhum bom motivo para nada.

O Mandarim-idoso do trailer era um bom vilão. O Mandarim-idoso do filme foi uma boa diversão de Sessão da Tarde. O Mandarim-loiro foi um vilão ridículo. Sim, sei que complicaria adaptar a ponto de tornar compreensível décadas de histórias do HDF, mas... continua ridículo mesmo asim.

Bem da verdade, do vilão ricaço-louco do segundo conseguiu ser pior. Conseguiu até a façanha de fazer o Chicoteador de Ferro parecer um bom vilão. [aviso aos nerds chatos: sim, eu sei que é Chicote Negro, aprendi a usar o Google quando ainda era o Altavista]

Pior que falei que ia escrever pouco, mas estou viajando, só para conseguir explicar que achei um ótimo filme, mas que ao mesmo tempo foi uma colcha de retalhos pipocada com algumas idéias muito merdas no meio.

Ah, e qualé... Humor também tem limite! Eu topo o Tony levar uma armadurada na bunda e nem me incomodam piadinhas cretinas em momentos dramáticos. Mas os pedaços da armadura voarem por 1.000 quilômetros em 20 segundos e serem capazes de arrebentar tudo no caminho, mas não uma porta de garagem de madeira velha... Gozação tem limite, galera! A cena do cara "se vestindo" na fuga da mansão ficou muito maneira, mas ali a forçada de barra atingiu o auge.

Mas... me divertiu. Isso que importa. Acho que vou até ver de novo. Assistir cenas grandiosas na tela do cinema é muito bom.
Dia que for milionário não vou ter Porsche nem nada disso. Quero só ter um bom espaço para ter a minha própria sala de cinema. Não vale TV de plasma gigante e assistir de perto, tem que ser uma tela absurdamente grande e assistir de longe.

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